Título original: “À Nous la Liberté”. Ano: 1931. Direção: René Clair. Roteiro: René Clair. Elenco: Henri Marchand, Raymond Cordy, Rolla France, Paul Ollivier, Jacques Shelly, André Michaud, Germaine Aussey, Léon Lorin. País: França. Produção: Films Sonores Tobis, Frank Clifford. Fotografia: Georges Périnal. Música: Georges Auric.
Sinopse: Dois condenados (Cordy e Marchand) tentam fugir da prisão, mas apenas um deles (Cordy) consegue. Anos depois, ele se torna um grande e respeitado industrial, mas seu passado retorna quando o ex-colega de prisão adentra sua fábrica, apaixonado por uma funcionária (France). Comédia musical aparentemente ingênua, no melhor estilo dos primórdios do cinema, este filme carrega em si matéria para intermináveis reflexões, sendo, acima de tudo, uma exaltação à liberdade. O desfecho de cada subenredo da singela história é uma libertação, seja ela da prisão, de um casamento falido, de um outro casamento arranjado, do trabalho obrigatório, da ameaça da chantagem, do apego ao dinheiro e ao status ou mesmo das próprias paixões. Claro que o aspecto mais lembrado é a crítica, anterior mesmo à de Chaplin, aos tempos modernos: a cena na linha de montagem da fábrica é ironicamente semelhante à anterior, na prisão. Apresentando outra perspectiva, o final não nega o início do filme, mas completa a mesma mensagem poderosa e, ainda hoje, utópica: o homem não deve servir à máquina (esta entendida em todos os seus significados), é a máquina que deve servir ao homem.
104 min.