POR LEANDRO MURAD
Filme de Arte
Cartaz Hiroshima Mon Amour
HIROSHIMA MEU AMOR
Hiroshima Mon Amour
Alain Resnais - 1959

Título original: “Hiroshima Mon Amour”. Ano: 1959. Direção: Alain Resnais. Títulos alternativos: “Hiroshima, Meu Amor”; “Hiroshima, Mon Amour”. Roteiro: Marguerite Duras Elenco: Emanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Pierre Barbaud, Bernard Fresson. País: França, Japão. Produção: Argus Films, Como Films, Daiei Studios, Anatole Dauman, Samy Halfon. Fotografia: Michio Takahashi, Sacha Vierny. Música: Georges Delerue, Giovanni Fusco.

Sinopse: Ao participar de uma filmagem no Japão, atriz francesa (Riva) se envolve com um arquiteto local (Okada). Em meio ao relacionamento, seu próprio trauma de guerra vem à tona, a trágica paixão por um jovem soldado nazista (Fresson), durante a ocupação. “Hiroshima Mon Amour” nasceu como projeto de documentário sobre o atentado atômico ao Japão, nos mesmos moldes do que o diretor havia feito em “Noite e Neblina” (1955), sobre o Holocausto. Esse intuito foi mais do que satisfatoriamente cumprido na sequência inicial, em que cenas dos horrores e do museu de Hiroshima são mostradas e a insistente voz de Okada se dirige a Riva e a todos nós: “você não viu Hiroshima”. Mas Resnais foi além do documentário e decidiu realizar uma história de ficção. Nascia aí o estilo autoral que consagrou o diretor e conquistou uma legião de fãs. O personagem feminino usa o masculino, ouvinte passivo, como analista, na estrutura que se repetiria em diversos filmes do autor. Mas aqui há ainda uma coautora: Marguerite Duras, responsável pelos diálogos. O resultado é um filme apaixonante e polêmico (dividiu os críticos desde sua estreia), lírico, literário, sensível, feminino. Mas, ainda mais importante do que isso, uma obra sobre a memória, coletiva e individual.

90 min.