Título original: “Sweet Smell of Success”. Ano: 1957. Direção: Alexander Mackendrick. Roteiro: Clifford Odets, Ernest Lehman (baseado em livro deste último). Elenco: Burt Lancaster, Tony Curtis, Susan Harrison, Martin Milner, Emile Meyer, Sam Levene, Barbara Nichols, Lawrence Dobkins. País: EUA. Produção: Norma Productions, Curtleight Productions, Hill-Hecht-Lancaster Productions, James Hill. Fotografia: James Wong Howe. Música: Elmer Bernstein.

Sinopse: J.J. Hunsecker (Lancaster) é um renomado colunista social que, por sua influência, coopta e manipula de policias a senadores. Sidney Falco (Curtis), por sua vez, é um agente de relações públicas que não verá o nome de nenhum dos seus clientes na referida coluna até que cumpra a missão de acabar com o romance da irmã de Hunsecker (Harrison) com um músico de Jazz (Milner). A crítica à falta de ética de alguns profissionais do jornalismo rendeu obras inesquecíveis do cinema. Se “A Montanha dos Sete Abutres”, de Billy Wilder é a mais amarga delas, “A Embriaguez do Sucesso”, de Alexander Mackendrick, certamente é a mais refinada. A começar pela estética: a espetacular fotografia noir (que coloca o filme em muitas listas do gênero, ainda que considerá-lo um filme policial talvez seja um pouco forçado) alia-se à poderosa trilha sonora jazzística. Esse elegante quadro revela uma narração sobre a podridão do ser humano. Na verdade, o tema aqui é a integridade, ou a falta dela, por ter sucumbido à sedução do poder. Nesse sentido, algumas cenas marcantes (em especial as de Lawrence Dobkin e Barbara Nichols) falam por si. Curtis e Lancaster, ambos excelentes, encarnam personagens que, ainda que aparentemente opostos, se complementam em um processo viciado. Suas interpretações balizam a história até o tenso final.

96 min.