Título original: “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Ano: 1964. Direção: Glauber Rocha. Roteiro: Glauber Rocha. Elenco: Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Lídio Silva, Sonia dos Humildes. País: Brasil. Produção: Copacabana Filmes, Luiz Augusto Mendes. Fotografia: Waldemar Lima. Música: Sérgio Ricardo.
Sinopse: Após matar um coronel, o lavrador Manuel (Del Rey) foge com sua esposa Rosa (Magalhães) em busca de um lugar no mundo. Primeiro, ele segue Sebastião (Silva), um profeta negro. Depois, se junta ao bando de Corisco (Bastos), o último dos cangaceiros. Ambos os caminhos são alternativas ao poder instituído e reações violentas à violência da estrutura social. E tanto o deus negro quanto o diabo loiro terão em seu encalço Antonio das Mortes (Valle), o matador de aluguel.
Baseado na literatura de cordel, o grande épico do sertão brasileiro consagrou Glauber Rocha como maior expoente do Cinema Novo. Se não é o auge do movimento em termos de qualidade (porque esse posto ele disputa com outros, como “Vidas Secas”), o é em termos de cinemanovismo. “Deus e o Diabo…” provocou reações até então não experimentadas na cultura cinematográfica nacional. A fotografia explosiva, a câmera nervosa de Glauber, a música maravilhosa (tanto as canções originais interpretadas por Sérgio Ricardo quanto os temas de Villa Lobos), as tensas atuações, tudo se mistura em um conjunto carregado de significado e em sintonia perfeita com a efervescência cultural, social e política do período. É uma obra que deve ser vista do início ao fim.
120 min.