Título original: “Boudu Salvé des Eaux”. Ano: 1932. Direção: Jean Renoir. Título alternativo: “Boudu, Salvo das Águas”. Roteiro: Jean Renoir, Albert Valentin, René Fauchois (peça “Boudu Sauvé des Eaux”). Elenco: Michel Simon, Charles Granval, Marcelle Hainia, Marcelle Hainia, Sévérine Lerczinska, Jean Gehret, Max Dalban, Jean Dasté. País: França. Produção: Les Établissements Jacques Haïk, Crédit Cinématographique Français (CCF), Michel Simon. Fotografia: Georges Asselin, Marcel Lucien.
Sinopse: Livreiro (Granval) salva um mendigo (Simon) de afogamento no rio Sena e o leva para sua casa. Porém, o comportamento antissociável do ex-mendigo Boudu logo incomoda a todos ali.
O Boudu de Michel Simon é, metafórica e literalmente, um corpo estranho em meio à sociedade que tenta, com suas regras e moral, tornar-se previsível. É certo que mesmo seus respeitáveis membros buscam pequenas fugas de tanta rigidez (relacionamentos extraconjugais, explícitos ou sugeridos, a espetacularização do afogamento, um “furto” de livro patrocinado pelo próprio dono da loja). Boudu, porém, é um ruído totalmente insuportável para a média social: cospe em livros, suja lençóis de graxa, assedia as mulheres com sua perigosa feiúra. Se Boudu, o personagem, não se submete a regras, tampouco o filme de Jean Renoir deveria, desconcertando o espectador até o final.
85 min.