Título original: “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”. Ano: 1965. Direção: Roberto Santos. Roteiro: Roberto Santos, Gianfrancesco Guarnieri, João Guimarães Rosa (conto “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”). Elenco: Leonardo Villar, Joffre Soares, Maria Ribeiro, Áurea Campos, Flávio Migliaccio, Maurício do Valle, Solano Trindade, Jorge Karam, Antonio Carnera, Ivan de Souza, Emmanoel Cavalcanti. País: Brasil. Produção: Difilm, Luiz Carlos Barreto. Música: Geraldo Vandré.
Sinopse: Augusto Matraga (Villar) é um proprietário de terras de gênio difícil que, após sofrer uma emboscada, fica à beira da morte. Salvo por uma colona (Campos) e seu marido, ele decide viver em penitência para se redimir dos seus pecados. Porém, seu instinto violento aguarda uma oportunidade de se libertar. Roberto Santos mostra na tela em preto e branco do Cinema Novo o sertão de Guimarães Rosa (o conto homônimo é da coletânea “Sagarana”, de 1946). “A Hora e a Vez…” não é um filme de vingança convencional: a preocupação de Nhô Augusto não é a revanche contra seus quase assassinos, mas recuperar a honra. Esta, pela sua cultura, não se pode dissociar da violência. A contradição entre suas duas vontades (a de ser um cristão piedoso e a de liberar sus violência reprimida) o torturam. O encontro com o bando de Joãozinho Bem Bem (Soares) proporcionará finalmente uma solução conciliadora. O conto e o filme mostram com brilhantismo a religiosidade cristã católica e a violência machista patriarcal, dois elementos por vezes contrários, mas que convivem na mesma sociedade sertaneja, esse microcosmo de questões universais.
109 min.