Título original: “Macunaíma”. Ano: 1969. Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade, Mário de Andrade (livro “Macunaíma”). Elenco: Grande Otelo, Paulo José, Jardel Filho, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Rodolfo Arena, Joana Fomm, Wilza Carla, Hugo Carvana, Maria do Rosário. País: Brasil. Produção: Condor Filmes, Filmes do Serro, Grupo Filmes, Joaquim Pedro de Andrade. Fotografia: Guido Cosulich.

Sinopse: Nascido negro no meio do mato, Macunaíma (Otelo), após se tornar branco (José), vai com seus irmãos (Gonçalves e Arena) conhecer a desconcertante cidade grande. Mário de Andrade encontrou nas seculares lendas indígenas o mesmo espírito cínico que via no país em sua época (década de 1920), e daí nasceu o seu anti-herói brasileiro, amoral e preguiçoso. Décadas depois, Joaquim Pedro de Andrade filmou a história inserindo elementos dos anos 60, como a luta armada (sem falar na estética tropicalista, herdeira direta do Modernismo de Mário). O desapego a regras de Macunaíma também se manifesta no estilo do filme (representante legítimo do Cinema Novo) e é tão destacado que, entre a confusão e a diversão, talvez só após o fim da fita notemos o seu caráter crítico. A crítica atinge a violência cultural, o racismo e, principalmente, o moralismo hipócrita da ditadura ora vigente.

110 min.