Título original: “The General”. Ano: 1926. Direção: Clyde Bruckman, Buster Keaton. Roteiro: Buster Keaton, Clyde Bruckman, Al Boasberg, Charles Henry Smith, William Pittenger (livro “Daring and Suffering: a History of the Great Railroad Adventure”). Elenco: Buster Keaton, Marion Mack, Glen Cavender, Jim Farley, Frederick Vroom, Charles Henry Smith. País: EUA. Produção: Buster Keaton, Joseph M. Schenck. Fotografia: Bert Haines, Devereaux Jennings. Música: Joe Hisaishi.
Sinopse: Em meio à Guerra Civil Americana, espiões da União roubam a amada locomotiva de um maquinista do sul (Keaton), e este os persegue obstinadamente através das linhas inimigas. Buster Keaton é o único artista que disputa com Chaplin o posto de maior comediante do cinema mudo, sendo esta, sem dúvida, sua obra-prima. Nas palavras de Orson Welles, “A General” é “a melhor comédia já feita, o melhor filme sobre a Guerra Civil já feito, e talvez o melhor filme já feito”. De fato, é uma obra tecnicamente perfeita, sendo ainda uma aventura e um romance, com o atrapalhado casal central (Keaton e Mack) tão carismático que irresistivelmente torcemos para o sul. Mas isso não se torna um problema na medida em que o filme não nos apresenta nenhum pano de fundo sobre as causas da Guerra, apenas mostra um conflito em que os dois lados se diferenciam apenas pela cor do uniforme e, de tão iguais, às vezes nos confundimos e esquecemos quem é sul e quem é norte, quem está perseguindo e quem é o perseguidor. Esta é a sutil mensagem política do filme: na guerra todas as causas são esquecidas, importando apenas o “nós contra eles”, com práticas tão simétricas quanto a narrativa apresentada.
107 min.