Título original: “Born Yesterday”. Ano: 1950. Direção: George Cukor. Roteiro: Albert Mannheimer, Gerson Kanin (peça “Born Yesterday”). Elenco: Judy Holliday, William Holden, Broderick Crawford, Howard St. John, Frank Otto, Larry Oliver, Barbara Brown. País: EUA. Produção: Columbia Pictures Corporation, S. Sylvan Simon. Fotografia: Joseph Walker. Música: Frederich Hollaender.

Sinopse: O magnata corruptor Harry Brock (Crawford) teme que a ignorância de sua namorada Billie (Holliday), uma ex-artista de teatro rebolado, possa atrapalhar sua imagem. Ele então contrata um jornalista (Holden) para instruí-la, mas as aulas acabam indo além do esperado. “Born Yesterday”, mais que uma comédia amena, é um manifesto libertário. Brock quer ganhar a vida (literalmente) no grito: compra leis que o favoreçam e subjuga a companheira pela violência. Mas a paixão da moça pela leitura (fruto da paixão pelo instrutor) faz nascer nela um potencial até então desconhecido (daí o título do filme). A ideia de que, também na esfera pública, o conhecimento superaria a força, e o poder econômico não mais poderia contaminar a democracia, revela o otimismo típico do pós-guerra. No entanto, se parece difícil hoje vislumbrar um mundo sem tirania, a mensagem de que a libertação começa na vida pessoal mantém acesa aquela perspectiva utópica, tão bela e ainda necessária.

103 min.