Título original: “Don Camillo”. Ano: 1952. Direção: Julien Duvivier. Título alternativo: “Le Petit Monde de Don Camillo”. Roteiro: Julien Duvivier, René Barjavel, Giovanni Guareschi (livro “Don Camillo”). Elenco: Fernandel, Gino Cervi, Vera Talchi, Franco Interlenghi, Sylvie, Charles Vissières, Clara Auteri, Italo Clerici, Peppino De Martino, Carlo Duse, Manuel Gary, Leda Gloria, Luciano Manara, Armando Migliari, Giovanni Onorato. País: Itália, França. Produção: Rizzoli-Amato, Francinex, Giuseppe Amato. Fotografia: Nicolas Hayer. Música: Alessandro Cicognini.
Sinopse: Em um vilarejo da Itália, as divergências e contradições políticas fazem com que a população viva às turras, em especial o padre reacionário Don Camilo (Fernandel) e o prefeito comunista Peppone (Cervi).
Passado no imediato pós-Segunda Guerra, “O Pequeno Mundo de Dom Camilo” não poderia ser mais atual. O deleitoso humor com que as questões são tratadas não esconde sua seriedade. Há aqui a desigualdade entre ricos e pobres, uma greve e até o amor proibido entre um casal de adversários ideológicos (Talchi e Interlenghi), que briga constantemente, mas anseia por um dia viver em paz, longe de tanta confusão. De fato, ainda que as paixões políticas resultem em seguidas discórdias, são os breves momentos de respeito mútuo e consenso que mais chamam a atenção. Nesse sentido, destaca-se a relação de amor e ódio entre os dois protagonistas, sem falar nas belíssimas cenas da procissão e do enterro da velha professora local (Sylvie). Por fim, Don Camillo, que deu fama mundial ao ator Fernandel, é um personagem não menos que sensacional. Entre os momentos de fúria em que pega em espingardas, metralhadoras e porretes, ou briga com quinze no bar, o sacerdote conversa com a imagem de Jesus, que sempre o responde e repreende com palavras de calma. Fernandel retornaria como Don Camillo em mais quatro filmes.
107 min.