Título original: “Victor Victoria”. Ano: 1982. Direção: Blake Edwards. Títulos alternativos: “Victor ou Victória?”; “Victor/Victoria”. Roteiro: Blake Edwards, Hans Hoemburg, Reinhold Schünzel (roteiro de “Viktor und Viktoria”). Elenco: Julie Andrews, James Garner, Robert Preston, Lesley Ann Warren, Alex Karras, John Rhys-Davies, Graham Stark, Peter Arne, Herb Tanney, Michael Robbins, Norman Chancer, David Grant. País: Reino Unido, EUA. Produção: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Preeford Ltd., Artista Management., Tony Adams, Blake Edwards. Fotografia: Dick Bush. Música: Henry Mancini.
Sinopse: Na Paris de 1934, a cantora lírica Victoria Grant (Andrews) não consegue mais emprego. Então, apoiada por um amigo (Preston), ela passa a se fingir de homem para apresentar um show de drag queen. O projeto é um sucesso, mas seu novo papel social, o Conde Victor, pode prejudicar a vida amorosa de Victoria.
Refilmagem do alemão “Viktor und Viktoria”, de 1933, esta pérola de Blake Edwards trata de forma aberta os temas da homofobia e do machismo. Ao se vestir de Victor, Victoria é mais livre e fica até mais forte, tal qual Popeye ao comer espinafre. Seria bom que este filme estivesse datado, e o estranhamento causado por uma “mulher se passando por homem se passando por mulher” fosse coisa do passado. Infelizmente, grande parte da população ainda reage à diversidade de gênero e de comportamento sexual com o mesmo arsenal de preconceitos de alguns personagens do filme. Victor, Victoria e seu amigo Toddy têm na ponta da língua as melhores respostas para o preconceito que os cerca, argumentos apresentados com carinho e bom humor, mas também com lucidez e firmeza. Por isso, além de um grande musical, uma comédia engraçada (Edwards não abandona seu clássico estilo, como as cenas do detetive particular demonstram) e um adorável romance, “Victor/Victoria” segue sendo um singelo manifesto de profunda importância política. Esperamos que não por muito tempo.
132 min.