Título original: “Django Unchained”. Ano: 2012. Direção: Quentin Tarantino. Roteiro: Quentin Tarantino. Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Walton Goggin, Dennis Christopher, James Remar, David Steen, Dana Gourrier, Nichole Galicia, Laura Cayouette, Ato Essandoh. País: EUA. Produção: The Weinstein Company, Columbia Pictures, Reginald Hudlin, Pilar Savone, Stacey Sher. Fotografia: Robert Richardson.
Sinopse: Ex-escravo (Foxx) e caçador de recompensas alemão (Waltz) tentam libertar a esposa do primeiro (Washington), que padece como escrava de um proprietário de terras sulista (DiCaprio).
Filmes de vingança seguem sempre a mesma fórmula simples e infalível de cativar o espectador, fazendo-o, de forma um tanto perversa, tornar-se cúmplice da vendeta. Essa fórmula consiste em apresentar um ato vil e revoltante logo no início do filme, para que o espectador se imbua do mesmo sentimento do herói vingador e, ao final, deleite a prometida vingança. Assim, libera toda a fúria que, supondo não ser o ele um psicopata, deve conter na vida real civilizada. Nesse sentido, podemos eleger “Django Livre” a encarnação mais perfeita do filme de vingança. Isso porque, aqui, ainda que muita violência dos vilões sulistas seja mostrada na tela, o mais vil e indignante dos atos se estende para além da ficção: é a escravidão, mancha em nossa história, que nos envergonha e revolta desde o momento em que adquirimos um mínimo de consciência humanista. No cinema, Django nos vinga, sem pena, e por um momento nossa ira é aplacada. Por um momento somos Django, e nos sentimos vingados de toda a crueldade que o homem pode perpetrar ao próprio homem.
165 min.