Título original: “The Searchers”. Ano: 1956. Direção: John Ford. Roteiro: Frank S. Nugent, Alan Le May (livro “The Searchers”). Elenco: John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Mines, Natalie Wood, Ward Bond, Henry Brandon, Walter Coy, Dorothy Jordan, Lana Wood, John Qualen. País: EUA. Produção: Warner Bros, C.V. Whitney Pictures, Merian C. Cooper, Patrick Ford. Fotografia: Winton C. Hoch. Música: Max Steiner.
Sinopse: Após saber que seu irmão (Coy) e cunhada (Jordan) foram mortos por índios, um veterano da Guerra Civil Americana Ethan Edwards (Wayne) sai à procura de sua sobrinha (Lana e depois Natalie Wood), sequestrada pelos mesmos índios. Junto com ele vai seu sobrinho adotivo Martin (Hunter), em uma busca que durará anos. Mas se Martin quer salvá-la, Ethan deseja matá-la, julgando que sua contaminação pelos indígenas é irreversível. Esta obra de John Ford é considerada por grande parte dos críticos como o maior dos westerns. De fato, dois elementos constitutivos do gênero estão presentes aqui com força sem par. O primeiro é a paisagem. Entre os muitos filmes de Ford rodados no Monument Valley (em Utah), este certamente é o que capturou o local de forma mais espetacular. O segundo elemento é o racismo. O personagem de Wayne, herói no filme, odeia os índios, tarda em aceitar seu sobrinho, que tem um quarto de sangue indígena, e sua obstinada decisão de matar a sobrinha (agora “mulher de índio”) parece inabalável. Paradoxalmente (e talvez isso seja o motivo do encanto de alguns críticos), o expectador consegue perceber um coração nesse homem, algum sentimento que a estranha noção estadunidense de macheza julgaria como fraqueza (e esconderia o quanto pudesse). Para este comentador, porém, a mágica se encontra mesmo na paisagem: ao final, a imagem que fica em nossas mentes é a vista de dentro da casa, da porta que se abre para o deserto, abrindo e encerrando o filme.
119 min.