Título original: “Nineteen Eighty-Four”. Ano: 1984. Direção: Michael Radford. Roteiro: Michael Radford, George Orwell (livro (“1984”). Elenco: John Hurt, Richard Burton, Suzanna Hamilton, Cyril Cusack, Gregor Fisher. País: Reino Unido. Produção: Umbrella-Rosemblum Films Production, Virgin Benelux, Virgin Schalplatten, Simon Perry. Fotografia: Roger Deakins. Música: Dominic Muldowney.
Sinopse: Em um regime totalitário no futuro, o funcionário público Winston Smith (Hurt) se torna um dissidente político ao manter relações amorosas com uma mulher (Hamilton). Se a utopia é o que não está aqui (ainda), mas nós desejamos, a distopia é a realidade que também não está aqui (ainda), mas nós tememos. Lançado em 1949, “1984”, do britânico George Orwell, é a obra literária de referência sobre a distopia (apenas “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, se equipara a ela em notoriedade e aclamação). O mundo onde vive Smith é o sonho de todo autoritário, a dominação perfeita, a morte da liberdade. Tendo como alvo o regime soviético stalinista, de que era contemporâneo, Orwell também acertou e continua acertando onde não mirou. Diversos aspectos de 1984 encontram-se incomodamente presentes no mundo contemporâneo, mesmo no autodenominado Mundo Livre: a alienação e manipulação da população pela propaganda e pelos meios de comunicação, a onipresença de telas difundindo informação massificada, a constante desconstrução e reconstrução do passado, a dominação pelo controle da linguagem, a guerra permanente contra um inimigo externo que nunca é derrotado e muda constantemente de identidade (alô, Estados Unidos!). No cinema, esta adaptação impecável foi a segunda filmada (a primeira, de Michael Anderson, foi lançada em 1956), mas os ecos do Grande Irmão se encontram em quase todos os filmes que retrataram futuros sombrios, como “THX 1138 (1971)”, “Brazil – O Filme” (1985) e “V de Vingança” (2005).
113 min.