Título original: “La Grande Illusion”. Ano: 1937. Direção: Jean Renoir. Roteiro: Charles Spaak, Jean Renoir. Elenco: Jean Gabin, Pierre Fresnay, Erich von Stroheim, Marcel Dalio, Dita Parlo, Julien Carette, Georges Péclet, Werner Florian. País: França. Produção: Réalisation d’Art Cinématographique (RAC), Albert Pinkovitch, Frank Rollmer. Fotografia: Christian Matras. Música: Joseph Kosma.
Sinopse: Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-17), dois oficiais franceses (Gabin e Fresnay) são capturados pelos alemães. Eles, juntamente a outros presos, tentarão escapar seguidas vezes, sendo finalmente transferidos para a prisão de segurança máxima dirigida pelo capitão Von Rauffenstein (Stroheim). Certamente uma obra crítica à guerra, “A Grande Ilusão” mantém, no entanto, um tom leve (tanto quanto um filme passado nesse período pode ser leve), evidenciando, com sua simples trama, as inúmeras ilusões que separam os homens e norteiam o tempo histórico: as diferenças de classes (o tema da decadência da aristocracia ganha força com a atuação brilhante de Stroheim), as fronteiras nacionais e mesmo a questão judaica (a tensão existente, mas superável, entre Marechal – Gabin – e Rosenthal – Dalio). De todas as ilusões, nenhuma era maior que a de que não haveria mais guerras, sendo esta a grande ilusão, cada vez mais evidente como tal em 1937. A Segunda Guerra Mundial estouraria dois anos depois, sendo o filme caçado e quase totalmente destruído durante a ocupação nazista na França. Felizmente, a ideia de que se poderia calar e destruir o outro também era uma ilusão.
114 min.