Título original: “Il Bidone”. Ano: 1955. Direção: Federico Fellini. Roteiro: Federico Fellini, Ennio Flaiano, Tullio Pinelli. Elenco: Broderick Crawford, Giulietta Masina, Richard Basehart, Franco Fabrizi, Sue Ellen Blake, Irene Cefaro, Alberto De Amicis, Lorella De Luca, Giacomo Gabrielli, Riccardo Garrone. País: Itália, França. Produção: Titanus, Société Générale de Cinématographie (S.G.C.), Silvio Clementelli, Charles Delac, Mario Derecchi, Goffredo Lombardo. Fotografia: Otello Martelli. Música: Nino Rota.
Sinopse: Um grupo de trapaceiros vive de aplicar elaborados golpes em pessoas humildes (entre eles, um literal conto do vigário). Com o tempo, porém, esse e meio de ganhar a vida se torna custoso para alguns deles.
“Il Bidone” começa como agradável comédia, mas evolui para um grande drama, na mesma medida em que Augusto (Crawford, em ótima atuação) não consegue mais se adequar ao “trabalho”. Podemos fazer paralelos com “A Doce Vida”, obra-prima que o mesmo Fellini realizaria em 1960: naquele, o protagonista se vê preso em uma rotina de excessos e prazeres imediatos; neste, é a trapaça compulsiva que aprisiona, condição agravada pelo peso moral de vitimar pessoas pobres (mais suscetíveis, pelo desespero, a morder as iscas jogadas pelos trapaceiros). Há também em ambas as narrativas a presença de um “anjo salvador”, que simboliza uma esperança de vida diferente, tão próxima, mas inalcançável. Neste caso, é a própria filha de Augusto (De Luca). A marcante presença de Giulietta Masina e a música de Nino Rota completam os destaques desta bela peça do universo Fellini.
113 min.