Título original: “Little Fugitive”. Ano: 1953. Direção: Ray Ashley, Morris Engel, Ruth Orkin. Roteiro: Ray Ashley, Morris Engel, Ruth Orkin. Elenco: Richie Andrusco, Richard Brewster, Winifred Cushing, Jay Williams, Will Lee, Charlie Moss, Tommy DeCanio. País: EUA. Produção: Little Fugitive Production Company, Ray Ashley, Morris Engel. Fotografia: Morris Engel. Música: Eddy Manson.
Sinopse: Um garotinho (Andrusco) acredita ter matado o irmão (Brewster) com uma arma de brinquedo, quando este se finge de morto. Desesperado, ele foge para Coney Island, onde tentará sobreviver como foragido.
Em 1953, a indústria cinematográfica hollywoodiana estava no ápice da sua grandiosidade. Nesse mesmo ano, na outra costa do país, vinha à luz esta singela produção nova-iorquina independente que, com pouquíssimos recursos e elenco infantil amador, alcançou despercebidamente a perfeição. Circulando entre os meios alternativos, “O Pequeno Fugitivo” seria influência para a Nouvelle Vague, o movimento francês que transformou o mundo das artes nos anos 50 e 60, vindo por fim a influenciar própria Hollywood pós-67. Truffaut, um dos expoentes da nova onda francesa, chegou a afirmar que sem “O Pequeno Fugitivo”, o movimento dificilmente teria existido. Hoje, voltando a essa obra tão fundamental, encontramos uma lindeza em preto-e-branco cuja qualidade dispensa qualquer aula de História. O cotidiano da gente comum dos anos 50 é tão autêntico quanto possível, sob os olhos de uma criança, cuja pequena grande jornada silenciosa cativa até o mais indiferente espectador.
80 min.