POR LEANDRO MURAD
Hollywood
Cartaz O Sol É para Todos
O SOL É PARA TODOS
To Kill a Mockingbird
Robert Mulligan - 1962

Título original: “To Kill a Mockingbird”. Ano: 1962. Direção: Robert Mulligan. Roteiro: Horton Foote, Harper Lee (livro “To Kill a Mockingbird”). Elenco: Gregory Peck, Mary Badham, Phillip Alford, John Megna, Frank Overton, Rosemary Murphy, Ruth White, Brock Peters, Estelle Evans, Paul Fix, Collin Wilcox, James Anderson, Alice Ghostley, Robert Duvall, William Windom, Crahan Denton, Richard Hale. País: EUA. Produção: Pakula-Mulligan, Brentwood Productions, Alan J. Pakula. Fotografia: Russell Harlan. Música: Elmer Bernstein.

Sinopse: No sul dos EUA, nos anos 30, homem negro (Peters) é acusado de estuprar uma mulher branca (Wilcox). Um advogado local (Peck) aceita defender o réu, uma vez que ninguém mais se dispõe a fazê-lo. Ele sabe que seu cliente é inocente, que ainda assim não será absolvido e que o mero fato de defendê-lo trará problemas para si e para sua família.

Como o livro homônimo que o inspirou, da escritora Harper Lee, o filme “O Sol É para Todos” teve grande impacto nos debates sobre a injustiça e o racismo no seio da sociedade estadunidense. O grande diferencial desta obra em relação a outras sobre o tema é que a história é contada sob a ótica de uma criança, a filha do advogado (Badham). Seu pai, pelo simples fato de fazer seu trabalho, encontra-se em maus lençóis em meio a uma sociedade preconceituosa e perversa. Se Gregory Peck entrega com perfeição o papel de campeão resiliente da democracia, Brock Peters expressa o drama muito mais devastador de ser vítima central do racismo, ainda mais inexorável porque institucionalizada, uma realidade que as plateias brancas dos anos 60, com muito atraso, apenas começavam a notar. A menina que empresta o olhar ao espectador, por sua vez, tem muito cedo o contato com a maldade do mundo. Em meio à amarga realidade, ela tem consolo da lição deixada por seu pai: que deve-se fazer o que é certo mesmo quando a turba enfurecida pressiona na direção contrária. “To Kill a Mockingbird” é, afinal, uma história sobre tentar ser justo em um mundo injusto, e aí reside sua força e caráter universal.

129 min.