POR LEANDRO MURAD
Policial
Cartaz A Marca da Maldade
A MARCA DA MALDADE
Touch of Evil
Orson Welles - 1958

Título original: “Touch of Evil”. Ano: 1958. Direção: Orson Welles. Roteiro: Orson Welles, Whit Masterson (livro Badge of Evil). Elenco: Charlton Heston, Orson Welles, Janet Leight, Joseph Calleia, Marlene Dietrich, Akim Tamiroff. País: EUA. Produção: Universal International Pictures (UI), Albert Zugsmith. Fotografia: Russell Metty. Música: Henry Mancini.

Sinopse: Em movimentado ponto da fronteira dos Estados Unidos com o México, um carro explode, resultando na morte do casal de ocupantes. O caso será investigado por dois detetives com métodos bem distintos. O policial mexicano Vargas (Heston) acredita na necessidade de provas para incriminar qualquer suspeito. O investigador estadunidense Quinland (Welles), confiante em sua intuição, sabe de antemão quem é o culpado, e usa dos meios mais torpes para incriminá-lo. A obra mais lembrada de Orson Welles sempre será sua arrebatadora estreia, “Cidadão Kane” (1941). No entanto, é neste “A Marca da Maldade” que melhor se evidencia o tema predominante na filmografia do autor: o poder. Quinland é a personificação do abuso de poder, da corrupção sem limites que esse abuso provoca. Assim, muito mais do que “quem cometeu o crime”, o fio condutor desta trama é a disputa entre os dois policiais, entre suas as duas visões de mundo. Mas há também espaço para os papéis-chave da esposa americana de Vargas (Leight) e do assistente e admirador de Quinland (Calleia), sem falar na luxuosa paricipação especial de Marlene Dietrich, completando o elenco perfeito. Acima de tudo, porém, há um espetáculo visual de expressionismo noir. O diretor mostra todo o seu talento e técnica cinematográfica, desde a impressionante cena inicial até o fim da fita, numa crescente tensão claro-escuro que coloca “Touch of Evil” definitivamente entre as obras-primas do cinema.

95 min.