Título original: “Anatomy of a Murder”. Ano: 1959. Direção: Otto Preminger. Roteiro: Wendell Mayes, John D. Voelker (livro “Anatomy of a Murder”). Elenco: James Stewart, Lee Remick, Ben Gazzara, Arthur O’Connell, Eve Arden, Kathryn Grant, Joseph N. Welch, George C. Scott, Orson Bean, Russ Brown, Murray Hamilton, Brooks West. País: EUA. Produção: Otto Preminger. Fotografia: Sam Leavitt. Música: Duke Ellington.

Sinopse: Advogado (Stewart) aceita como cliente um tenente acusado de homicídio (Gazzara). Este não nega ter matado a vítima, que teria estuprado sua esposa (Remick). Acompanhamos a trajetória da defesa, desde quando o advogado ainda procura entender o que houve até o emocionante julgamento, em que a tese da “insanidade transitória” é defendida.

Já nos primeiros minutos de “Anatomia de um Crime”, a antológica abertura de Saul Bass e um poderoso jazz de Duke Ellington capturam a atenção do espectador, cujo olhar não se desviará da tela ao longo das duas horas e quarenta de filme. Somos apresentados a uma rica fauna de personagens, enquanto tentamos imaginar o que teria ocorrido na fatídica noite dos crimes. Finalmente, na longa sequência do julgamento, advogado, promotores (Scott e West) e o simpático Juiz (Welch, magistrado na vida real) atuam sinuosamente diante dos presentes, esmiuçando cada detalhe, cada possibilidade, cada teoria, conforme as testemunhas se apresentam. No duelo pelo convencimento do júri, a exposição/autópsia parte da superfície, o crime em si, passando inevitavelmente pela sua motivação (o estupro), até chegar à suposta “provocação”, quando a esposa do réu é maliciosamente assediada pela acusação. O final, irônico assim como todo o filme, completa este marco absoluto do cinema de tribunal, que alcança o mesmo patamar de “12 Homens e Uma Sentença” e “Testemunha de Acusação” (ambos de 1957).

160 min.