Título original: “Crossfire”. Ano: 1947. Direção: Edward Dmytryk. Roteiro: John Paxton, Richard Brooks (livro “The Brick Foxhole”). Elenco: Robert Young, Robert Mitchum, Robert Ryan, Gloria Grahame, Paul Kelly, Sam Levene, Jacqueline White, Steve Brodie, George Cooper, William Phipps. País: EUA. Produção: RKO Radio Pictures, Adrian Scott. Fotografia: J. Roy Hunt. Música: Roy Webb.

Sinopse: O policial Finlay (Young) investiga um homicídio, suspeitando que um grupo de ex-combatentes recém-retornados da Segunda Guerra (Ryan, Brodie, Cooper e Phipps) está envolvido. O uso magistral dos flashbacks na construção da narrativa e o contraste claro/escuro da fotografia (resultando em algumas cenas antológicas, como o assassinato mostrado apenas com as sombras formadas pela luz do abajur) fazem deste um dos melhores trabalhos já feitos no gênero noir. Mas, acima disso, “Crossfire” é um dos mais poderosos retratos do preconceito: o assassino mata a vítima por sua condição de judeu. É curioso que o “tipo” de ódio foi trocado no filme, pois no livro a vítima era um homossexual, e não judeu. Mas a essência do ódio é a mesma, e é também a do ódio por japoneses, visto em “Conspiração do Silêncio” (1955), ou por negros, visto em “No Calor da Noite” (1967). O ódio que é “uma arma carregada”, que destruiu a vítima e, antes mesmo dela, o assassino.

86 min.