Título original: “The Fly”. Ano: 1958. Direção: Kurt Neumann. Roteiro: James Clavell, George Langelaan (conto “The Fly”). Elenco: David Hedison, Patricia Owens, Vincent Price, Herbert Marshall, Charles Herbert, Kathleen Freeman, Betty Lou Gerson. País: EUA. Produção: Twentieth Century-Fox, Kurt Neumann. Fotografia: Karl Struss. Música: Paul Sawtell.

Sinopse: Cientista (Hedison) sofre um terrível acidente ao testar em si mesmo sua invenção: uma máquina de teletransporte. Sua cabeça e um dos braços são trocados com o de uma mosca, que entrou na máquina antes do experimento.

Este clássico dos anos 50 – tanto da ficção científica, pela estética futurista do laboratório, quanto do terror, pela angustiante situação narrada – é a pedra fundamental do horror corporal. Não por acaso, teve uma notável refilmagem em 1986, pelas mãos do mestre desse subgênero. Mas, a despeito de toda a viscosidade e efeitos de ponta daquela releitura, este original consegue ser ainda mais assustador. O tom grave contrasta com a bizarrice apresentada desde a introdução, com a macabra “solução” na prensa industrial. O que levou a essa drástica ocorrência é então narrado: não se trata aqui apenas de um homem que se funde com inseto, mas de homem e inseto que têm partes de seus corpos cambiadas. Surgem daí duas novas criatura, um homem-mosca, cujo drama acompanhamos ao longo do filme, e, pior, uma mosca-homem, que dá origem ao título nacional e nos leva ao chocante final, consumando esta obra-prima trash no mais terrorífico grau.

94 min.