Cinema Brasileiro
AINDA ESTOU AQUI
Ainda Estou Aqui
Walter Salles - 2024

Título original: “Ainda Estou Aqui”. Ano:2024. Direção: Walter Salles. Roteiro: Murilo Hauser, Heitor Lorega, Marcelo Rubens Paiva (livro “Ainda Estou Aqui”). Elenco: Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Selton Mello, Valentina Herszage, Maria Manoella, Bárbara Luz, Gabriela Carneiro da Cunha, Luiza Kosovski, Marjorie Estiano, Guilherme Silveira, Antonio Saboia, Cora Mora, Olívia Torres, Pri Helena, Humberto Carrão, Charles Fricks, Maeve Jinkings, Luana Nastas, Isadora Ruppert, Dan Stulbach, Camila Márdila, Daniel Dantas, Helena  Albergaria. País: Brasil, França. Produção: VideoFilmes, RT Features, MACT Productions, Arte France Cinéma, Conspiração Filmes, Globoplay, Canal+, Ciné+OCS, Maria Carlota Bruno, Walter Salles, Rodrigo Teixeira. Fotografia: Adrian Teijido. Música: Warren Ellis.

Sinopse: A história da prisão arbitrária e do desaparecimento do engenheiro Rubens Paiva (Mello), durante a ditadura militar brasileira, é contada pelo olhar de sua família.

“Ainda Estou Aqui” impressiona, de imediato, pela reconstrução histórica. Ver o Rio de Janeiro de 1970, com sua Ipanema de casas, como em um nítido agora, é uma experiência sensorial emocionante. A beleza desse passado presente, porém, logo será obscurecida pelo indelével arbítrio de então, conforme vemos a casa da família Paiva ser ocupada pela repressão. Depois da morte sem corpo de seu pai/marido, esposa e filhos quebrantados terão de juntar os pedaços de sua vida pelas décadas seguintes. A história dessa família, adaptada do livro do filho escritor, Marcelo Rubens Paiva, é tão impactante que não precisaria de maiores apelos para manter o interesse ininterrupto do público. Mas temos ainda aqui uma obra tecnicamente perfeita, conduzida por um realizador que parece ter acumulado toda sua experiência para este momento. Na tela, atuações de soberba autenticidade decolam. A heroica Eunice Paiva de Fernanda Torres é digna de todos os elogios, assim como Selton Mello, o elenco infanto-juvenil e a incrível Fernanda Montenegro. Ao final da projeção, de volta a este futuro de revisionismos empoderados, a verdade parece nos dar um alento: “ainda estou aqui”.

136 min.