Título original: “The Man who Knew Too Much”. Ano: 1956. Direção: Alfred Hitchcock. Roteiro: John Michael Hayes, Charles Bennett, D.B. Wyndham-Lewis. Elenco: James Stewart, Doris Day, Brenda de Banzie, Bernard Miles, Daniel Gélin, Christopher Olsen, Ralph Truman, Mogens Wieth. País: EUA. Produção: Paramount Pictures, Herbert Coleman, Alfred Hitchcock. Fotografia: Robert Burks. Música: Bernard Herrmann.
Sinopse: Um casal (Day e Stewart) passa férias com seu filho (Olsen) no Marrocos, quando testemunha o assassinato de um agente secreto (Gelin). Antes de morrer, o agente conta ao pai de família que um atentado político está prestes a acontecer em Londres. Os conspiradores então sequestram o filho do casal para impedi-los de denunciar o plano à polícia.
Esta foi a primeira refilmagem de um Hitchcock feita por ele mesmo (a outra seria “Intriga Internacional”, em 1959, releitura de “Sabotador”, de 1942). A versão original de “O Homem que Sabia Demais” (1934) havia sido o maior sucesso de público da fase britânica do diretor, preservando ainda qualidade e personalidade próprias. Mas esta nova versão, realizada vinte e dois anos depois, constitui-se também como experiência única, tendo se tornado um clássico absoluto do suspense e da espionagem. A conspiração política, como de costume, é pretexto para que o perigo tome de assalto a vida do cidadão comum. Este é vivido aqui com a consagrada propriedade de James Stewart, no terceiro de quatro filmes de Hitchcock que protagonizou, igualando-se assim a Cary Grant como o astro mais recorrente nos filmes do mestre do suspense. Ao lado do homem comum, como na primeira versão, há uma mulher extraordinária. Aqui é Doris Day que se destaca, não com a espingarda, como sensacionalmente o fizera Edna Best em 1934, mas com a voz. Seu canto (a canção “Que Sera Sera”), na mais dramática das circunstâncias, imprime gravidade à narrativa, assim como seu grito, no Royal Albert Hall. A propósito, a referida cena da orquestra (regida por Bernard Herrmann em pessoa) é o ápice da fita e um dos grandes momentos do suspense hitchcockiano.
120 min.