Título original: “Sergeant York”. Ano: 1941. Direção: Howard Hawks. Roteiro: Abem Finkel, Harry Chandlee, Howard Koch, John Huston, Alvin C. York (diário), Tom Skeyhill (edição do diário de Alvin C. York). Elenco: Gary Cooper, Walter Brennan, Joan Leslie, George Tobias, Stanley Ridges, Margaret Wycherly, Ward Bond, Noah Beery Jr., June Lockhart, Dickie Moore, Clem Bevans, Howard Da Silva. País: EUA. Produção: Warner Bros., Jesse L. Lasky, Hal B. Wallis. Fotografia: Sol Polito. Música: Max Steiner.
Sinopse: A vida de Alvin York (Cooper), da juventude errante à conversão ao Cristianismo e, mais tarde, o seu envolvimento na Primeira Guerra Mundial, passando de objetor de consciência a herói multicondecorado.
Este já seria um grande filme fosse só sua primeira metade, da ovelha perdida. A história de como o biografado passa de beberrão transviado a religioso praticante, sem nunca disfarçar a moral religiosa, é divertida como as comédias de Hawks e absorvente como seus faroestes. Já a segunda parte (“não matarás”), ao passar do proselitismo religioso para o patriótico, apresenta um difícil desafio aos realizadores. Como relativizar uma consciência antiviolência tão solidamente construída na direção dos ora beligerantes interesses da nação? E, no último quarto da fita, quando finalmente começa a sequência da batalha, Hawks entrega categoricamente o que parecia impossível: a situação em que a exceção evidentemente confirmava a regra e, ainda, a possibilidade de se manter alguma humanidade mesmo em meio à guerra total. O herói precisa de toda a integridade para se agarrar a essa linha tênue e, passada a provação e chegada a glória, mostra-se herói de fato ao não perder sua essência. Os picos de sentimentalismo familiar, religioso e patriótico não impedem que “Sargento York” se confirme como um filmaço, envolvente, orgânico e emocionante, amostra perfeita da habilidade de um dos grandes diretores norte-americanos.
134 min.