Título original: “Profondo Rosso”. Ano: 1975. Direção: Dario Argento. Título alternativo: “Deep Red”. Roteiro: Dario Argento, Bernardino Zapponi. Elenco: David Hemmings, Daria Nicolodi, Gabriele Lavia, Macha Méril, Eros Pagni, Giuliana Calandra, Piero Mazzinghi, Glauco Mauri, Clara Calamai. País: Itália. Produção: Rozzoli Film, Seda Spettacoli, Salvatore Argento. Fotografia: Luigi Kuveiller. Música: Giorgio Gaslini Goblin.
Sinopse: Vidente (Méril) detecta uma presença assassina em sua plateia e é morta na mesma noite. Tendo testemunhado o crime, um pianista (Hemmings) passa a investigar o caso, com a ajuda de uma jornalista (Lavia).
Filmes italianos com assassinos misteriosos e mortes terríveis, os gialli já habitavam o cinema desde 1963, ano de “A Garota que Sabia Demais”, de Mario Bava. Porém, foi apenas na década seguinte que o subgênero atingiu o auge da popularidade, com sucessos como a estreia de Dario Argento na direção: “O Pássaro das Plumas de Cristal” (1970). Depois de completar a “trilogia dos animais” com “O Gato de Nove Caudas” (1971) e “Quatro Moscas no Veludo Cinza” (1972), Argento havia acumulado experiência suficiente para, em 1975, apresentar ao público a obra-prima do giallo que é este “Prelúdio para Matar”. Em sua trama, pistas tênues guiam a investigação sempre um passo tarde demais para evitar que extravagantes cadáveres se acumulem pelo caminho. Mas a história, como nos melhores hitchcocks, é apenas pretexto para se fazer cinema. E que quadros em movimento Argento e o diretor de fotografia Luigi Kuveiller criam aqui: de amplos ambientes de conforto a claustrofóbicos cenários subitamente habitados por elementos tétricos, tudo é incrivelmente belo e remete à arte. O espetáculo sensorial, ao som progressivo do grupo Goblin, tem nos tons mais vibrantes de vermelho seus pontos altos. Ao final da longa jornada cíclica que leva o obsessivo protagonista à solução do mistério posto desde o princípio, um maestro do horror estava definitivamente consagrado.
127 min.